domingo, 10 de julho de 2011

Ser jornalista é...

"Hoje e sempre ser jornalista é tentar ser uma testemunha do seu tempo. Essa é nossa humilde tarefa. Não é ser juiz, promotor. Atualmente, temos uma tendência de julgar e até condenar. Quanto mais complexa a sociedade, mais se exige esse papel do jornalista". Esta frase do respeitado jornalista e escritor Zuenir Ventura descreve, em frases rápidas e bem coerentes, a linha que divide os papéis desempenhados pelo jornalista em nossa sociedade. Principalmente no Brasil, onde a carência de confiança em instituições públicas como o Governo e a Justiça faz do jornalista um guardião dos direitos mais básicos da sociedade. Na verdade, o jornalista é, de fato, o guardião unicamente do direito à informação qualificada, verdadeira e isenta. E é aí que vivenciamos uma inversão de valores muito perigosa para a democracia e muito cômoda para quem, de fato, deve zelar oferecer essas condições à sociedade.

Ser jornalista é saber persuadir, seduzir. É ser um contador de histórias de forma que atinja seus objetivos: informar, sem ter medo de nada nem de ninguém. É aventurar-se no desconhecido, desafiar o destino, questionar insistentemente aquilo que é imposto sem resquícios de lógica ou explicações. É abrir caminhos, desbravar e ter sempre a curiosidade aflorada. É ter o dom da palavra e, às vezes, a sabedoria do silêncio. É dominar o perigo, enfrenta-lo e destruí-lo. Perguntar, perguntar e perguntar... É saber que entre um furo e outro de reportagem haverá muitas coisas no caminho. É saber que a vivência advinda de cada reportagem, de cada pesquisa ou entrevista irá compor um belo álbum de experiências que ninguém terá a capacidade de tirá-lo.  

A profissão de jornalista exige do profissional o conhecimento e a técnica de saber trabalhar com as diferentes formas de captação e difusão da notícia. A comunicação é um campo do conhecimento muito amplo, que incorpora o receptor no processo de transmissão da mensagem. Ser jornalista, nos dias de hoje, é abrir canais para a interatividade. Entender que os receptores de hoje, fatalmente, podem se transformar em fonte de informações. Ser jornalista é ter o dom do bom relacionamento, evitando conflitos pessoais que podem interferir na apuração futura de uma reportagem. Pela conjuntura, o jornalista continua como principal defensor da liberdade de expressão e analista dos acontecimentos diários. Mas é preciso deixar claro que esta é uma consequência, e não uma causa.

Percebo uma dificuldade cada vez mais constante de se definir realmente o que é notícia nos meios de comunicação e de como mostrá-la de forma verdadeira e clara, deixando de lado todas as convicções e pré-conceitos (que todos temos) e se concentrar naquilo que é apurado e verificado. No jornalismo ético e feito com responsabilidade, principalmente com o cidadão, só há lugar para opiniões em colunas, artigos e editoriais. E isso, claramente, não vem acontecendo na cobertura desses casos que abordam crimes, principalmente naqueles que envolvem pessoas famosas. Um erro que vem da base do nosso jornalismo, mas que precisa urgentemente ser revisto. Jornalista não é delegado, juiz ou qualquer autoridade jurídica.

Muito se tem debatido sobre o futuro do jornalismo nesta nova era em que todos são capazes de produzir e consumir informações ao mesmo tempo. Após um século de estagnação nas formas de produção e consumo de notícias, baseadas principalmente no predomínio de poucas plataformas de disseminação das informações (basicamente rádio, TV e impresso), vivemos um momento de redesenho dos formatos e das plataformas tecnológicas. Neste novo cenário, o jornalismo ganha ferozes “concorrentes”. Mas, como em qualquer outro segmento, a concorrência é salutar, ao contrário do que muitos pensam, é extremamente benéfica para o jornalismo, uma vez que obriga empresas e profissionais e se qualificarem e oferecerem diferenciais que garantam, entre outros atributos, a credibilidade, aceitação, penetração e, acima de tudo, qualidade na apuração e a construção da notícia. Ou seja, esta nova concorrência cria um cenário em que profissionais sem qualificação e que não possuem diferenciais se percam em um oceano imenso a ser desbravado, mas que necessita de marinheiros competentes e dispostos ao risco. Lembrando que a disposição pelo risco eleva as possibilidades de sucesso em qualquer carreira.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Fim de junho é época de Festa Junina

Final de semestre é sempre cheio de eventos que remetem à Festa Junina. São João, Santo Antônio e outras dezenas de santos são conclamados a participarem de festas que possuem enorme tradição junto à nossa população. Neste sentido, buscando integrar alunos, professores e toda a comunidade de Divinópolis e região, a Faculdade Pitágoras de Divinópolis realizará a 1ª Festa Junina, o Arraial Pitágoras. O evento será realizado no próximo sábado, dia 2 de julho, a partir das 18h, no estacionamento do Campus da Faculdade Pitágoras. Para animar esta grande festa, as bandas Chaparral (BH) e Expresso Sertanejo tocarão o melhor do sertanejo universitário. Logo em seguida, DJ Tidus traz as grandes tendências do mundo eletrônico.

Utilizarei este espaço semanal para convidar a toda a população para este grande evento, que marca uma aproximação ainda maior entre a Faculdade Pitágoras e toda a comunidade divinopolitana. A proposta da festa é uma integração e uma confraternização entre a comunidade acadêmica e a população de Divinópolis e região. Pude perceber pessoalmente que a organização está trabalhando muito para que o 1º Arraial do Pitágoras seja realmente um grande sucesso. Além de uma grande festa organizada pelos alunos, o 1º Arraial do Pitágoras terá um enorme caráter beneficente: a entrada será 1 kg de alimento não perecível, sendo que todos os alimentos arrecadados serão doados a SOS do Câncer, entidade que dá apoio e assistência aos pacientes com câncer, antes, durante e depois do tratamento, além de atender portadores de outras enfermidades.

O 1º Arraial do Pitágoras está sendo organizado pela Agência de Publicidade e Propaganda Pitágoras (AGP3), que faço questão de enaltecer neste espaço. Uma equipe jovem, comandada pela professora Mivla Rios, que faz deste laboratório prático do curso de Publicidade Propaganda uma enorme ferramenta na organização e divulgação de eventos internos da Instituição. O evento conta ainda com o apoio de uma equipe organizadora formada por lideranças de várias turmas dos 18 cursos oferecidos pela Instituição, que serão os responsáveis pelas dezenas de barracas que comercializarão as diversas comidas típicas do evento.

A iniciativa de organizar o 1º Arraial do Pitágoras visa criar uma oportunidade de confraternização com toda a comunidade acadêmica da faculdade e com a população. Uma oportunidade para se aproximar o universo acadêmico a toda a população. Serão 16 barracas, todas montadas por alunos da Faculdade Pitágoras, que oferecerão as tradicionais comidas típicas de festa junina como canjica, caldo de feijão, pipoca, entre outras, que serão vendidas em espaços organizados pelos alunos que estão formando nos próximos anos. Haverá ainda uma ação entre amigos, que tem como premiação uma moto Honda. Para adquirir seu bilhete, basta procurar os alunos da faculdade para comprar sua rifa. Estão todos convidados para esta grande festança!



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Merchandising em Telenovelas: um formato polêmico

A televisão é objeto de estudo de Comunicólogos desde que foi inventada. Parte dos seus estudos já advém das próprias teorias de comunicação de massa, muitas delas oriundas do rádio e que deram origem aos mais modernos estudos sobre informação, publicidade e entretenimento que temos atualmente. Quando estes três conceitos estão sendo analisados sob uma mesma ótica; ou, melhor, quando todos eles aparecem em um mesmo objeto de estudo, passamos a dar uma ênfase maior na análise, pois percebemos sua influência direta em nossos hábitos cotidianos. E um fenômeno recente vem chamando a atenção de todos: a inserção excesiva de ações de merchandising nas telenovelas brasileiras.
 
A telenovela é o principal produto cultural/comercial do Brasil. Além de adorada por todo povo brasileiro, a teledramaturgia produzida por aqui é amplamente exportada e exibida em dezenas de países. É referência mundial. Em meio as suas tramas, as novelas brasileiras mostram diversos problemas que permeiam nossa sociedade, com uma abordagem muitas vezes mais didática e esclarecedora do que um telejornal. Com temas atuais e, muitas vezes polêmicos, as telenovelas possuem força suficiente para mudar opiniões e ditar comportamentos. Representa um entretenimento gratuito para milhões de brasileiros. Bom, pelo menos era gratuito. Um fenômeno mercadológico vem mudando esta concepção: o merchandising.
 
Na verdade, o merchandising é uma ferramenta de persuasão publicitária que procura induzir novos consumidores à experimentação e à compra; influenciar consumidores atuais, estimulando fidelidade à marca; aumentar a participação no mercado; apresentar informações; diferenciar uma marca de seus concorrentes; eliminar estoques nos pontos-de-venda; provocar estoque do produto no lar; gerar tráfego nas lojas e dar incentivo aos canais de distribuição. Em suma, o merchandising é o conjunto de técnicas responsáveis pela informação e apresentação destacada dos produtos na loja, de maneira tal, que acelere sua rotatividade. Entretanto, o termo tornou-se mais popular nos últimos anos, com sua adaptação para esta estratégia nos meios de Comunicação de Massa.
 
Merchandising na TV, por exemplo, é colocar o produto no meio de uma cena de novela ou de um programa de auditório. É uma ferramenta de comunicação e marketing que serve de apoio às ações de propaganda e promoção. Isso significa dizer que cabe a ele lembrar, informar e tentar persuadir o consumidor a comprar um determinado produto. Mas até que ponto esta exposição excessiva compromete a qualidade de uma telenovela? Até que ponto esta estratégia eleva a importância e a venda de um produto? O nosso consumidor está preparado para esta inversão de papéis?

Em recente capítulo da novela Insensato Coração, por exemplo, em uma mesma cena (extremamente forçada, diga-se de passagem), um personagem pega o seu Kia Soul e, do nada, começa a enaltecer suas qualidades durante 30 segundos. Seguindo a mesma cena, ela passa em frente ao Banco Itaú e, sem nada para comentar, resolve tecer inúmeros elogios ao referido banco. Chegando ao salão de beleza, a mesma faz questão de pedir produtos da Seda, pois tem a certeza de que terá excelentes resultados.

O que fica cada vez mais claro é que o público não aprova tanta inserção comercial nas tramas. Prova disso é que, segundo levantamentos da Controle Publicitário, a atual novela das 8, em cinco meses, teve 36 inserções de Merchandising, contra 108 de sua antecesora, Passione. Ou seja, se para alguns empresarios, esta ferramenta ainda é inovadora e pode representar o fortalecimento de sua marca; para outra grande parcela de anunciantes, este formato já está ultrapasso e o mercado publicitário necesita, urgentemente, de novas formas de abordagem junto ao público.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Profissão Repórter e o resgate do bom jornalismo


Na última semana, tive a honra de participar da 1ª Semana de Comunicação e Marketing de Cuiabá-MT. Um evento piloto do que pode vir a se tornar, em breve, uma grande referencia acadêmica e prática no que tange aos debates e discussões sobre os rumos da Comunicação de do Marketing em nosso país. O evento contou com a participação de centenas de profissionais da área de todo o país. Entre os palestrantes, o apresentador do CQC, Marcelo Tas; e o jornalista Caco Barcelos, apresentador do programa Profissão Repórter, da TV Globo. E este programa semanal vem surpreendendo em diversos aspectos: audiência, profissionalismo e na retratação fiel de uma das mais instigantes profissões da atualidade.

O Profissão Repórter é um programa jornalístico semanal, que vai ao ar nas noites de terça-feira. Originalmente foi criado como um quadro do programa Fantástico, tornando-se um programa fixo na TV Globo somente em 2008. Caco Barcellos e uma equipe de jovens repórteres vão às ruas para mostrar diferentes ângulos do mesmo fato. Cada repórter tem sempre uma missão a cumprir, o que envolve tarefas tanto na realização da reportagem ao vivo quanto na finalização da mesma. Um raio-x do fazer jornalístico em sua essência.

Como afirma o próprio Caco Barcellos, o programa buscou uma nova identidade nos dois últimos anos, com reportagens que nada lembravam os velhos motes do jornalismo do horário nobre, sobretudo da própria TV Globo. Nada de “os encantos vida selvagem” ou “dicas para uma vida mais saudável”, pautas já exploradas todas as semanas pelo envelhecido e ultrapassado Globo Repórter. Barcellos, com seus 30 anos de profissão e de experiência jornalística, comanda os jovens aprendizes em reportagens extremamente investigativas, muitas delas até perigosas, que renderam matérias interessantes e reveladoras.

Até 2008, o programa tratava o jornalismo de forma mais acadêmica, e Barcellos era uma espécie de professor/tutor dos repórteres. Neste novo formato, o jornalista apenas direciona as coberturas, cabendo aos jovens repórteres apurar e construir toda a matéria na rua, in loco. Apesar se ser exibido em um horário pouco chamativo - 23h, o Profissão Repórter tem agradado, e muito, sua audiência que, segundo dados do Ibope, vem crescendo a cada semana. Um programa que chegou até mesmo a ser cogitado, em grandes portais, que pudesse chegar ao fim. Na verdade, está mais forte e remodelado do que nunca!

Temas extremamente intrigantes já foram pautas de jovens jornalistas que buscam se afirmar neste competitivo mercado. Três delas, exibidas recentemente, chamam a atenção pela audácia do programa e, sobretudo, dos repórteres: a relação dos jovens com o crack, quando um dos repórteres foi, pessoalmente, a um reduto de venda de entorpecentes no centro do Rio de Janeiro e em São Paulo; a relação dos jovens com o álcool, quando um dos repórteres se infiltrou em uma turma de classe alta que consumia álcool durante toda a noite, em um posto de combustíveis de São Paulo; e, por fim, o programa que mostrou a rotinas das torcidas organizadas, e um dos jovens repórteres se infiltrou em uma das maiores torcidas do Rio de Janeiro, acompanhando todas as reuniões, o trajeto ao campo, os confrontos com torcidas rivais e o comportamento destes jovens em sociedade.

Programas como o Profissão Repórter reforça ainda mais a necessidade de preparação, tanto acadêmica quanto prática, para aqueles que almejam o sucesso no jornalismo. Com o surgimento de novas mídias, estas exigências tornam-se ainda maiores, uma vez que todos se sentem a vontade em expressar suas opiniões e, de alguma forma, tornam-se novos repórteres. O que diferencia o profissional é justamente o aspecto técnico do jornalismo, que faz com que assuntos relativamente banais possam se transformar em excelentes pautas jornalísticas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

45 anos de solidez acadêmica!

Este ano completamos aniversário em dose dupla: a nossa unidade e o grupo Pitágoras de ensino completam 45 anos de tradição e solidez na educação.



Abaixo, a peça que foi publicada na última edição da revista Veja Minas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Um golpe na Língua Portuguesa...

Nesta semana, o Ministério da Educação (MEC) se superou e distribuiu cerca de 500 mil cópias de um livro didático que é uma afronta aos princípios linguísticos da nossa gramática. Com o intuito de nivelar (por baixo, claro) o ensino e evitar possíveis “preconceitos linguísticos”, o MEC, que tem como finalidade principal zelar pela qualidade da educação no País, deferiu um tiro certeiro contra a nossa língua pátria. Expressões como “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado”, ou “nós pega peixe”, de acordo com esta publicação assinada pelo Ministério, deixam de fazer parte da categoria ‘errado’ para apenas ‘inadequado’. O volume “Por uma vida melhor”, distribuído para todas as escolas do ensino básico, mostra aos alunos que não é necessário seguir a norma culta para a regra da concordância.
 
Na verdade, mais este equívoco do MEC (já não basta o que fizeram com o ENEM e o ENADE) ensina a usar a chamada “norma popular” da língua portuguesa. De acordo com os autores do livro, as regras da norma culta não levam em consideração a chamada “língua viva”. Um dos trechos do livro afirma também que muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. Ou seja, segundo o MEC, existe uma norma culta e correta, mas esta não precisa, necessariamente, ser seguida. Cadê a lógica? Para que, então, um professor preparado e conhecedor da norma culta?

Segundo o MEC, o aluno pode correr o risco de ser vítima de preconceito linguístico caso não use a norma culta. O livro é da editora Global e aprovado pelo MEC por meio do Programa Nacional do Livro Didático. Com esta inversão de valores, corremos o risco de excluir exatamente aqueles que conhecem a nossa língua culta, aquela mesma cobrada em vestibulares e concursos públicos. Com relação a esta cobrança, o MEC é taxativo em manter a norma culta da língua. Quanta incoerência... Ou seja, ensina-se uma coisa na educação básica e cobra-se outra na vida. Para ser mais direto, ensina-se errado na base e cobra-se o correto. Em resumo, o próprio MEC aumenta ainda mais a distância cultural entre alunos do ensino público e do privado. Isso impulsiona o preconceito, que o próprio ministério usa como justificativa para esta aberração.

Em nota oficial, o MEC informou que não se envolverá na polêmica sobre o livro com erros gramaticais. Mas cadê a polêmica? Se está errado, não pode ser distribuído. A verdade é que o MEC se equivocou mais uma vez. Dentro de sala de aula, o professor sempre aborda a existência de outra linguagem, a popular, a coloquial, a não erudita. Entretanto, é óbvio que os livros servem para os alunos aprenderem o conhecimento erudito. Afinal de contas, o popular está no dia-a-dia e não necessita de estudos técnicos. Pior: não precisa do incentivo do órgão que existe, unicamente, para combatê-lo e incentivar o ensino correto.

Na obra, da coleção “Viver, aprender”, os autores afirmam num trecho: “Posso falar ‘os livro?’ Claro que pode, mas dependendo da situação, a pessoa pode ser vítima de preconceito linguístico.” Preconceito linguístico, a partir de agora, sofrerão os alunos que, por vontade própria e contrariando ao MEC, desejam aprender a língua que será exigida em todas as etapas de sua vida pessoal e profissional. Aqueles que, por orientação de casa (e não da escola, pasme) buscar se entranhar em nossa gramática e conhecer a nossa língua pátria. Vamos esperar, agora, as determinações para o ensino da Matemática. Afinal de contas, até hoje pela manhã, 2 e 2 somavam 4. Mas esperaremos novas orientações do MEC...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Uma jovem de 45 anos...

Uma jovem de 45 anos... É a partir desta áurea idade que nos tornamos mais sábios e experientes. É quando passamos a beber um bom vinho mais para apreciar o seu aroma e sabor do que simplesmente para matarmos a nossa sede. Além do mais, é depois dos 40 que se tem sabedoria para enxergar as realizações do passado e projetar, com inteligência, o futuro. É quando ainda tem-se todo o tempo do mundo pela frente, porém com um ingrediente muito especial: cada ano a ser vivido passa a valer por vários, uma vez que temos experiência para nos guiarmos pela direção certa já na primeira tentativa. A experiência adquirida diminui o risco de erros. Energia redobrada, conhecimento, técnica, talento e, sobretudo, amor para construir uma história que está apenas começando.

Em 1966, há exatos 45 anos, Divinópolis era congratulada com uma instituição que, quatro décadas depois, viria a ser considerada uma das maiores referências em Ensino Superior. A Faculdade Pitágoras, hoje a maior Instituição de Ensino Superior da cidade, construiu sua bela história ancorada em diversos conceitos e valores. São quatro décadas de tradição e realizações. Uma trajetória repleta de conquistas e desafios, muitos já superados e outros que ainda estão por vir.

A trajetória da Faculdade Pitágoras se confunde com a própria história recente de Divinópolis. Nesses 45 anos foram mais de 22 mil estudantes que passaram pela Instituição. Por suas salas de aula lecionaram mais de quinhentos ilustres professores, mestres em suas essências, além de alunos brilhantes que vieram a se tornar referências em suas áreas de atuação. Sobretudo no Ensino Jurídico, já que a saudosa Faculdade de Direito do Oeste de Minas, localizada no antigo prédio do Colégio Frei Orlando, já era referência nacional na formação de bacharelandos na área. São milhares de advogados, juízes, desembargadores, promotores e delegados que carregam o nome da Fadom em seus currículos pelos quatro cantos do Brasil, engrandecendo a história da Instituição.

A Instituição passou por momentos conflitantes nesses 40 anos. Durante a ditadura militar, por exemplo, assim como outras entidades formadoras de opinião, foi reprimida e obrigada a prestar informações sigilosas ao Governo Federal, sob pena de ser obrigada a cessar suas atividades. Um período longo de sofrimento, repressão e cassações que serviu para engrandecer ainda mais a sua história. A antiga Fadom sobreviveu ainda ao período de grande recessão econômica no início da década de 80. Mais que sobreviver, a Instituição utilizou estes dois períodos conturbados da história do Brasil como valoroso aprendizado para nortear suas ações posteriores. A década de 90 e, sobretudo, o início do novo século representaram a consolidação e o reconhecimento da Instituição como a maior Instituição de Ensino Superior de Divinópolis. A demanda por novos cursos e a necessidade de expandir suas fronteiras culminou com uma grande conquista e o maior presente que a Instituição ofereceu para Divinópolis: a inauguração do melhor e mais moderno espaço acadêmico da região, o Campus Verde.

Comemorando 45 anos de realizações, a Faculdade Pitágoras, que incorporou a Fadom em 2007, entra em um período crucial de sua história. Um audacioso projeto pretende expandir ainda mais seus 18 cursos oferecidos, brindando aos alunos e professores com maior autonomia e recursos a serem investidos na qualidade do Ensino Superior. Fazemos uma analogia dos valores básicos defendidos pela Faculdade Pitágoras através da figura do caleidoscópio, “um objeto cilíndrico, em cujo fundo há fragmentos móveis de vidro colorido, os quais, ao refletirem-se sobre um jogo de espelhos, produzem infinitas combinações de imagens”. Através desta definição do dicionário Aurélio, podemos dizer que a Faculdade Pitágoras orienta suas ações em função de quatro princípios fundamentais: a diversidade, que dá origem à experimentação e à evolução, que são primordiais para o desenvolvimento humano. A multiplicidade de possibilidades na vida, dos conceitos de uma formação superior e das oportunidades oriundas destes processos são as cores que preenchem nosso caleidoscópio, que sempre gira mudando nossas percepções e conseqüentes imagens da vida.