sábado, 19 de junho de 2010

Zebras e zebras: dará Brasil ou Argentina?

As zebras são mamíferos, membros da mesma família dos cavalos, os equídeos, nativos da África Central e do Sul. E é nas savanas africanas onde elas habitam e criam seus descendentes. Bom, pelo visto, deve ser por isso que elas andaram tão freqüentes por aquelas terras nesta primeira semana de Copa do Mundo. Tivemos zebras de várias espécies: zebra-de-grevy, zebra-das-planícies e até zebra-das-montanhas. Dizem que esta última está em extinção, mas acho que ela também andou passeando pelo Greenpoint, pelo Soccer City, Ellis Park e outros “elefantes brancos” que ficarão na África do Sul despois da Copa. Não me dei ao trabalho de pesquisar, mas não me lembro de nenhuma edição de Copa do Mundo em que todas as grandes seleções européias tenham iniciado tão mal uma edição do torneio. 

Depois de começar passando uma falsa impressão de renovação para todo o mundo, a Alemanha se rendeu à enorme tradição e ao bom futebol da Sérvia. A poderosa França for pouca para tentar surpreender o ascendente futebol uruguaio e seus dois títulos mundiais, além de ter caído para o todo-poderoso México, que sempre foi um gigante em Copas do Mundo. Corre o risco de deixar a Copa sem marcar um gol sequer, assim como fez em 2002. A Itália, que ironia, jogou um falso futebol contra a seleção paraguaia.  Quem diria!

A Inglaterra, que apenas inventou o futebol, mas, imediatamente, exportou sua boa prática aos países sul-americanos, conseguiu a proeza de empatar com os EUA - onde o futebol é o quinto esporte na preferência das pessoas, e com a Argélia – que, sinceramente, nem sei em qual parte do mapa africano se localiza. Corre o risco de ficar na primeira fase deste “ super grupo”. A Espanha, conhecida como Fúria, que tornou-se forte nos últimos anos e conquistou o título europeu em 2008, amansou-se logo na estréia, quando conseguiu perder para uma decadente Suíça que, na verdade, sempre foi figurante em competições entre seleções. Também corre o risco de morrer antes de chegar à praia.

Somente a Holanda, que de famoso tem apenas um carrossel e de grande tem apenas excelentes ex-jogadores como Johan Cruyff, Rud Gullit e Marco Van Basten, mas que jamais levou uma taça do Mundo para Amsterdã, iniciou a Copa vencendo (mas pouco convencendo) contra a sempre chata e burocrática seleção da Dinamarca. E, venceu, bem apertada, a seleção japonesa, outra aberração futebolística que só temos o privilégio de assistir em uma Copa do Mundo. 

A cada dia de jogos da Copa, a cada jogo medíocre (cito apenas dois, para não me alongar: França x Uruguai e Inglaterra x Argélia), tenho a convicção mais clara de que a Copa de 2010 está nas mãos de Brasil ou Argentina. Infelizmente, hoje, acredito mais nos nossos “hermanos”, não somente pelo futebol que, se não foi exuberante, foi muitas vezes melhor que o apresentado pelo Brasil contra a Coréia do Norte. Mas, também, por questões políticas. Espero que esteja redondamente enganado. Mas, cá entre nós, afinal de contas, alguém tem dúvidas de que a Copa de 2014, disputada em solo brasileiro, será nossa?

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