segunda-feira, 12 de julho de 2010

For África; Bye África...

Três lições importantes para 2014

Um título que era inédito aos dois finalistas. Obviamente que ele não seria facilmente conquistado por Espanha ou Holanda. Os laranjas já haviam “batido na trave” em duas oportunidades, quando viu a sua melhor geração de craques marcar a histórica como umas das mais injustiçadas da história das Copas. Do outro lado, a seleção chamada de “Fúria”, mas que sempre teve a fama de montar excelentes equipes e... fracassar na hora decisiva. Fracassava! Neste domingo, ela foi soberana! E levantou a taça na final mais justa dos últimos 20 anos de Copa do Mundo. É raro as duas seleções que apresentaram melhor futebol decidirem o título. Mas em 2010, ninguém pode contestar esta supremacia de Espanha e Holanda.

E a conquista espanhola veio do jeito mais sofrido possível: 1 a 0 sobre a Holanda na prorrogação, com direito a choro do goleiro Casillas e várias manifestações de desabafo. O gol de Iniesta, aquele mesmo que marcou um gol antológico pelo Barcelona, aos 46 minutos do segundo tempo, de fora da área, eliminando o poderoso Chelsea da final da Liga dos Campeões de 2009, apresentou ao mundo o oitavo país campeão da história. Mais do que merecido.

A Holanda segue sua sina de “quase” e leva para a casa seu terceiro vice-campeonato. Um time apenas eficiente, mas pouco para abafar a qualidade, o toque de bola e o brilho do futebol espanhol. O futebol apresentado pelos holandeses se assemelha muito ao brasileiro: dependente de um jogador (Snejder), assim como dependíamos de Kaká. A diferença é que holandês vive uma boa fase e levou os laranjas à final. O resto: burocracia! Na Espanha brilha o coletivo, iniciando pelo excelente goleiro Casillas; uma dupla de zaga incontestável; um lateral-direito consistente; o melhor meio campo do planeta e um atacante brilhante. Um elenco deste só poderia levar o caneco para casa mesmo!

Desta Copa do Mundo, ficam três lições importantes: a primeira, de que não existe antagonismo entre futebol bonito e bem praticado e o chamado futebol para resultados. Pelo contrário, o segundo é conseqüência do primeiro e a Espanha arriscou para poder deixar isso claro para o mundo inteiro. A segunda, e talvez mais antiga do esporte, é a de que, definitivamente, futebol se vence no meio-campo. A atual geração teve o privilégio de assistir, ao vivo, um dos melhores quartetos de meio-campo da história. Busquets (ainda prefiro o reserva Fábregas), Iniesta, Xabi Alonso e o brilhante Xavi mostraram ao mundo que não é necessário ter jogadores brucutus como Felipe Melo, Josué e Julio Baptista para se ter um time marcador e criativo. Deixando o saudosismo de lado, este quarteto é tão eficiente quanto Gérson, Piazza, Tostão e Pelé; ou Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico. Assistimos, no conforto de nossos lares ou bares, ao melhor meio-campo das ultimas 7 Copas do Mundo. E poderemos continuar a acompanhar este espetáculo, assistindo aos jogos do Barcelona (já que Busquets, Xavi e Iniesta formam o meio-campo do time catalão).

A terceira e mais importante lição que tiramos desta Copa, diferente da edição passada, quando a seleção brasileira foi eliminada pela França enquanto Roberto Carlos ajeitava seu meião: a de que o Brasil, quando eliminado, sempre perde o jogo. Pode parecer simples e até rendundancia, mas o brasileiro sempre tem a mania de tentar achar “culpados” para a derrota, sem reconhecer méritos ou a superioridade do adversário. A Holanda, vice-campeã, possui hoje uma nova geração de talentos, muito mais comprometida e evoluída taticamente do que o Brasil, que levou para a Africa, além de restos da Copa de 2006, jogadores de idade já avançada, de pouca expressão e talento internacional. Pior do que isto: futebol é como gerenciar uma empresa, e o estilo de liderança reflete nas ações de seus liderados. Assim fica fácil entender porque os espanhóis festejam o titulo e os brasileiros morreram na praia. E que fiquem as lições para 2014! A começar pela escolha da liderança... 

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