domingo, 25 de julho de 2010

Felipe Massa: pode confirmar que entendeu a mensagem?

Mais um fato deprimente e extremante deplorável machucou os corações dos apaixonados pela Fórmula 1. Aliás, há muito tempo (mais precisamente, desde 1994, quando uma fatalidade tirou das pitas o maior piloto da história), este esporte vem criando uma série de obstáculos que faz com que se diminua, drasticamente, o número de adeptos pelo mundo. Mas, neste domingo (25/07), após uma enxurrada de acusações que mancharam os últimos campeonatos, a “toda-poderosa” Ferrari resolveu mostrar porque o cenário da Fórmula 1 é chamado pejorativamente de "circo": a manobra dos boxes tirou, mais uma vez, a vitória de um brasileiro que dominou o Grande Prêmio da Alemanha de ponta a ponta. Mas aí vem a polêmica questão: a culpa é da Ferrari ou do Felipe Massa?

Comecei a gostar de Fórmula 1 quando tinha 10 anos de idade e surgia, para o mundo, um indivíduo chamado Ayrton Senna da Silva. Um piloto que me fazia botar um boné azul do Banco Nacional todos os domingos; que largou em último e venceu cvárias orridas; que contrariou ordem dos boxes e da direção da prova e correu debaixo das arquibancadas, entre os pneus, em busca, sempre, da vitória; que entrou nos boxes fora de hora para que prevalecesse a estratégia dele e não a da equipe; que venceu um GP do Brasil com apenas 3 marchas funcionando durante metade da prova e chegou quase desmaiado ao final; que largou em 5º lugar na Inglaterra e, passando um a um na chuva (sua especialidade), no final da primeira volta estava na liderança. Um Ayrton Senna que disputou provas inesquecíveis com Prost, Mansell, Damon Hill e com o heptacampeão Shummacher. Enfim, um piloto... Aliás, o piloto! Que focava, acima de tudo e de todos, o espetáculo e a vitória!

Agora, me deparo com um jovem piloto com bastante potencial para ser um grande desportista. Possui fundamentos e sabe pilotar como a maioria dos que estão disputando o Campeonato. Muito bom, mas não melhor do que Alonso, Vetel, Hamilton, Button. Campeonato de Fórmula 1 nivelado justamente pela mediocridade (leia-se medíocre como aquele que está sob a média, e não abaixo dela). Entretanto, com algumas possibilidades para que novos ídolos surjam e para que os que querem escrever seus nomes na história da Fórmula 1 não fiquem apenas no ostracismo de verem apenas seus nomes figurarem no pódio. E hoje, nosso brasileiro com potencial de campeão perdeu sua grande oportunidade de mudar o rumo de sua carreira e entrar para o hall de grandes pilotos da história. A mensagem vinda dos boxes:  Fernando está mais rápido que você. Pode confirmar que entendeu esta mensagem? me faz regredir aos meus primeiros meses de vida, quando minha mãe perguntava 15 vezes se eu estava com fome ou sentindo algum tipo de dor. A Ferrari subestimou a inteligência, inclusive, de seus milhões de adeptos pelo mundo afora.


Mas e aí, a culpa é da Ferrari ou do brasileiro? A resposta a esta irritante pergunta está em outro ponto de interrogação. Já imaginaram uma ordem deste tom enviada, dos boxes da Ferrari ou de qualquer outra escuderia, para que o saudoso Ayrton Senna deixasse seu companheiro de equipe ultrapassá-lo? Alguém, em sã consciência, imaginaria uma resposta menos direta ou elegante do que: “se ele está mais rápido, que me passe então!”. Ou, mais sinceramente falando e conhecendo o eterno ídolo, é provável que a resposta seria: “fale para ele passar por cima de mim então!”. Está aí a grande diferença de um piloto que, por essas e outras, escreveu seu nome na história e no coração dos brasileiros, e de um mediano aspirante a campeão do mundo que, por situação bem semelhante, criticou duramente seu compatriota, Nelsinho Piquet, no ano passado. Talvez, por isso, Felipe Massa esteja cada vez mais próximo de escrever seu nome na história como discípulo de Rubinho Barrichelo do que do grande Ayrton Senna. E continuamos em busca de um grande ídolo no automobilismo...

Um comentário:

  1. Qdo aconteceu o episódio de Barrichello todo mundo disse que, fosse com outro piloto isso não acontecia, mas aí está a prova de que TODOS, estão subordinados à chefia.
    A atitude da Ferrari - de novo - foi simplesmente ridícula, mas como a FIA nada vai fazer a respeito com a gigantesca escuderia, isso vai continuar se repetindo.
    Gostaria de ver a cara do Barrichello a essa hora pensando: "E aí, cadê todos aqueles que disseram que o problema era eu?" rsrsrs

    Agora, não sei se Senna não acataria à ordem... Piquet não, mas Senna...

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