sábado, 12 de junho de 2010

Lula: fim da política paz e amor?

Crise parece ser a palavra do momento. Além da anunciada e extremamente delicada crise econômica mundial, que agora atinge um novo status e assola diversas economias européias, o ano eleitoral nos reserva uma série de crises políticas internas e externas. O presidente americano Barack Obama afirmou em 2009, para o mundo inteiro ouvir, que o presidente Lula era “o cara”. Mais recentemente, a crise parece rondar os relacionamentos entre Brasil e EUA, a ponto da Secretária de Estado americana, Hilary Clinton, afirmar que os dois países têm sérias divergências em relação ao programa nuclear do Irã. O presidente da França, Nicolas Sarkozy - aliado estratégico do Brasil – afirmou, há poucos dias, que Brasil e França vivem uma séria crise de confiança.



Para apimentar ainda mais esta conturbada diplomacia com as grandes potências mundiais, o presidente Lula, depois se reunir em Teerã para fechar o acordo nuclear do Irã, recebeu, em Brasília, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Ambos tentam, mais uma vez, um esforço conjunto na busca pelo apoio da comunidade internacional em favor do diálogo. O objetivo, de acordo com o presidente, é evitar as sanções ao governo do polêmico presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.



Aliás, o presidente Lula abandonou, nos últimos anos, sua tradicional filosofia que perdurou durante 6 anos de governo: o de reforçar as boas relações com todo o mundo, transparecendo uma característica apaziguadora, conciliadora e, acima de tudo, extremamente diplomática. Após ser elogiado pelos líderes das principais potências mundiais, sem perder o respeito de países emergentes, Lula aparenta, neste momento, tender a um dos lados, abandonando a política introduzida por ele mesmo e apelidada pela imprensa de “Lulinha Paz e Amor”. O presidente busca alianças, no mínimo, polêmicas nesta reta final de governo. Acordos com o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, (a quem Lula deferiu carinhosas palavras no último mês, o classificando como uma ‘pessoa fantástica’), com o ditador interino de Cuba, Raul Castro e, mais recentemente, uma aproximação política extremamente perigosa com o presidente do Irã, inimigo anunciado das grandes potências ocidentais.



Lula decidiu assumir o papel de responsável por manter abertas as portas do Ocidente com o Irã. Assim como fez com Evo Morales, Fidel Castro e Hugo Chavez, o presidente chegou ao extremo de admitir a existência do Holocausto. Ao que parece, esta parece ser uma palavra que define bem as alianças políticas costuradas pelo presidente nos últimos meses, colocando o Brasil – e o próximo governo – em uma situação extremamente delicada, tanto sob o ponto de vista político quanto econômico. Afinal de contas, em um mundo cada vez mais globalizado e, segundo especialistas, cada vez mais dependente dos países em desenvolvimento, como Brasil, China e a Índia, a diplomacia torna-se um fator fundamental. O Brasil aparece, hoje, em 10 de cada 10 listas referentes às grandes potências econômicas do futuro. Resta-nos saber quando será este futuro e, se até lá, as boas relações políticas do país com o restante do mundo ainda irão persistir...


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