sábado, 15 de janeiro de 2011

Clubes mineiros e suas perspectivas para 2011

Há muito tempo não escrevo neste espaço sobre futebol. É algo que gosto e acompanho bastante mas que, na maioria das vezes, não consigo tempo para abordar em meus textos. Mas, como o cenário futebolístico andou movimentado nessas últimas semanas e o mercado mineiro andou se mexendo para acompanhar este ritmo, utilizarei 15 minutos deste sábado para fazer minhas considerações.

A mais badalada das contratações movimentou a imprensa internacional. Após uma enorme novela que irritou grande parte do Brasil, desrespeitou todos os órgãos de imprensa e profissionais de mídia e gerou a ira de milhões de torcedores gaúchos e paulistas, o astro Ronaldinho Gaúcho assinou contrato de 4 anos com o Flamengo, com salários astronômicos de R$ 1,5 milhão por mês. Se repetir as passagens de Romário e de Adriano, repatriações rubro-negras que tiveram a mesma repercussão em épocas diferentes, o Flamengo desponta como um grande candidato aos títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Resta saber como será sua vida na convidativa e boêmia capital carioca. De quebra, o Flamengo ainda trouxe o bom goleiro Felipe e o meia Thiago Neves que, há 4 anos, era um excelente jogador. Resta saber como está sua forma atual.

Outros times brasileiros fizeram contratações, digamos, pontuais: entre os times paulistas, Jonathan deixou o Cruzeiro e foi para o Santos, que possui excelente base de garotos bons de bola e que contratou o regular goleiro Aranha e o bom volante Charles (ex-Cruzeiro); o Corinthians fechou com o lateral Fábio Santos (ex-Gremio) e o desconhecido peruano Ramirez, uma aposta; o São Paulo contratou o bom lateral Juan; o Palmeiras reforçou os adversários contratando o limitadíssimo Thiago Heleno. Grêmio e Inter mantiveram suas boas bases de 2011 e prometem brigar por títulos novamente.

No Rio de Janeiro, o Fluminense trouxe o meia Souza que, se recuperar bem de lesão, seria camisa 10 titular em qualquer clube brasileiro (e olha que o Fluminense já possui Conca e Deco para essa posição); o Botafogo contratou o bom lateral Márcio Azevedo, ex-Atlético-PR; já o Vasco, trouxe uma barca de apostas, além do bom volante Eduardo Costa, que estava na França e do lateral do Guarani, Márcio Careca. Nada espetacular.

Em Minas Gerais, a situação entre os dois maiores clubes do Estado é bastante diferente. O Cruzeiro já possui uma boa base, que com as saídas de Leonardo Silva e de Jonathan, considero o grupo mediano para a disputa de uma das mais disputadas Libertadores dos últimos anos. Possui um goleiro excepcional; uma boa dupla de zaga (longe de ser excelente, mas com uma proteção extremamente eficiente dos volantes); um lateral que oscila muito e joga constantemente improvisado (Diego Renan); um trio de volantes excelente que, se permanecer, dará uma boa sustentação defensiva; um meia articulador diferenciado (com dois bons reservas) e um ataque, digamos, pífio para uma competição tão importante. Falta aquele jogador que briga e tem qualidade técnica para jogar em qualquer campo da América do Sul e, claro, fazer gols (Kléber fez isso muito bem em 2009).

Nesta semana, o presidente celeste anunciou um pacote de contratações, todas elas apostas (exceto Leandro Guerreiro, que é um excelente volante, mas vem para compor um setor que já conta com bons jogadores). Aliás, Leandro Guerreiro é quase um terceiro zagueiro, o que pode oferecer outras opções táticas interessantes ao técnico Cuca. Entretanto, Ortigoza, Geovane, Reis, Naldo e o sempre apagado André Dias chegam para compor um grupo que, para almejar algo maior na Libertadores, necessita de jogadores que cheguem para jogar: um bom lateral direito; um lateral-esquerdo para fazer sombra ao inconstante Diego Renan; e dois atacantes que cheguem e, realmente, disputem a camisa 9 de um time que busca um título de expressão. Pode ser que estes contratados surpreendam e façam um excelente 2011, fazendo gols e conquistando a torcida. Mas será uma enorme surpresa para a própria torcida, algo até então inimaginável. De repente, acreditar em jovens promessas da base como Thiaguinho e Sebá, que se destacaram no Brasileiro sub-20 e na Copa São Paulo de Juniores, pode ser uam boa aposta. Mas esperar que estes contratados, juntamente com Wellington Paulista (que está de saída para o Qtar), resolvam alguma coisa no ataque em uma competição tão disputada é contar demais com um santo que, nem sempre, faz milagres. E olha que o grupo do Cruzeiro na Libertadores é o mais forte e um grande já ficará pelo caminho na primeira fase (Cruzeiro, Estudiantes ou Corínthians - contando que este passará da Pré-Lbertadores).

Já o Atlético-MG possuía um elenco muito badalado, mas que não trouxe resultados em 2010. Muito em função do contestado trabalho realizado por Vanderlei Luxemburgo. A base de bons jogadores foi mantida: o excelente goleiro Renan Ribeiro, o zagueiro da seleção brasileira Réver, o versátil volante Serginho, o bom meia Diego Souza e os atacantes Diego Tardelli e Obina. Outros que pouco jogavam e nada somavam ao grupo já foram ou estão sendo dispensados. Sob este ponto de vista, algumas contratações foram pontuais e tendem a acrescentar muito ao time titular: Leonardo Silva tem tudo para formar com Réver uma excelente dupla de zaga; o volante Richarlyson chega para formar com Serginho uma dupla de volantes consistente e que, principalmente, sabe jogar com a bola nos pés; o meia-atacante Mancine poderá formar uma boa dupla com Diego Souza, melhor jogador do Brasileiro 2009 mas que não mostrou em 2010 todo o seu potencial; e o atacante Jobson que, apesar de polêmico, já mostrou ser um excelente jogador dentro de campo e brigará por uma posição com Diego Tardelli e Obina.

Outros jogadores que vieram, como Magno Alves, Wesley e o goleiro Geovane chegam para compor o elenco. Um excelente banco de reservas que contará ainda com jogadores de bom nível técnico, como Werley, Lima, Ricardinho, Renan Oliveira, Daniel Carvalho, Toró e Zé Luis, podendo ser solução eventual para Dorival Junior, técnico extremamente inteligente, atualizado e diferenciado, mas que sentiu falta de peças de reposição em 2010. Ainda tem alguns moleques da base, como o zagueiro Sidmar e os meias Wendell e Bernard, que merecem uma chance para mostrarem seu futebol. Quanto ao lateral-direito Patrick, pouco tenho a comentar e esperarei os primeiros jogos do ano para tirar conclusões. Lembro pouco de seu futebol e entendo ser uma aposta. Alguns jogadores contratados podem dar opções ao técnico Dorival Junior, já que Mancine atua como ala, meia e atacante; Richarlyson atua como volante e lateral-esquerdo. Assim como o rival, o Atlético necessita olhar com mais atenção para as laterais, posição extremamente importante no futebol moderno e extremamente carente no plantel do clube.

Mas ainda teremos 2 ou 3 semanas para que os times mineiros finalizem a montagem de seus times que, espero, dê muitas alegrias aos seus torcedores!

2 comentários:

  1. Parabéns pelo artigo meu caro Chiquinho.
    Um abraço do amigo.
    Juliano Fofão.

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  2. Muito bonito este artigo, parabéns de verdade! Mostro os pespectivos times e suas contratações bem rezumidamente!

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