Há muito tempo não escrevo neste espaço sobre futebol. É algo que gosto e acompanho bastante mas que, na maioria das vezes, não consigo tempo para abordar em meus textos. Mas, como o cenário futebolístico andou movimentado nessas últimas semanas e o mercado mineiro andou se mexendo para acompanhar este ritmo, utilizarei 15 minutos deste sábado para fazer minhas considerações.
A mais badalada das contratações movimentou a imprensa internacional. Após uma enorme novela que irritou grande parte do Brasil, desrespeitou todos os órgãos de imprensa e profissionais de mídia e gerou a ira de milhões de torcedores gaúchos e paulistas, o astro Ronaldinho Gaúcho assinou contrato de 4 anos com o Flamengo, com salários astronômicos de R$ 1,5 milhão por mês. Se repetir as passagens de Romário e de Adriano, repatriações rubro-negras que tiveram a mesma repercussão em épocas diferentes, o Flamengo desponta como um grande candidato aos títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Resta saber como será sua vida na convidativa e boêmia capital carioca. De quebra, o Flamengo ainda trouxe o bom goleiro Felipe e o meia Thiago Neves que, há 4 anos, era um excelente jogador. Resta saber como está sua forma atual.
Outros times brasileiros fizeram contratações, digamos, pontuais: entre os times paulistas, Jonathan deixou o Cruzeiro e foi para o Santos, que possui excelente base de garotos bons de bola e que contratou o regular goleiro Aranha e o bom volante Charles (ex-Cruzeiro); o Corinthians fechou com o lateral Fábio Santos (ex-Gremio) e o desconhecido peruano Ramirez, uma aposta; o São Paulo contratou o bom lateral Juan; o Palmeiras reforçou os adversários contratando o limitadíssimo Thiago Heleno. Grêmio e Inter mantiveram suas boas bases de 2011 e prometem brigar por títulos novamente.
No Rio de Janeiro, o Fluminense trouxe o meia Souza que, se recuperar bem de lesão, seria camisa 10 titular em qualquer clube brasileiro (e olha que o Fluminense já possui Conca e Deco para essa posição); o Botafogo contratou o bom lateral Márcio Azevedo, ex-Atlético-PR; já o Vasco, trouxe uma barca de apostas, além do bom volante Eduardo Costa, que estava na França e do lateral do Guarani, Márcio Careca. Nada espetacular.
Em Minas Gerais, a situação entre os dois maiores clubes do Estado é bastante diferente. O Cruzeiro já possui uma boa base, que com as saídas de Leonardo Silva e de Jonathan, considero o grupo mediano para a disputa de uma das mais disputadas Libertadores dos últimos anos. Possui um goleiro excepcional; uma boa dupla de zaga (longe de ser excelente, mas com uma proteção extremamente eficiente dos volantes); um lateral que oscila muito e joga constantemente improvisado (Diego Renan); um trio de volantes excelente que, se permanecer, dará uma boa sustentação defensiva; um meia articulador diferenciado (com dois bons reservas) e um ataque, digamos, pífio para uma competição tão importante. Falta aquele jogador que briga e tem qualidade técnica para jogar em qualquer campo da América do Sul e, claro, fazer gols (Kléber fez isso muito bem em 2009).
Nesta semana, o presidente celeste anunciou um pacote de contratações, todas elas apostas (exceto Leandro Guerreiro, que é um excelente volante, mas vem para compor um setor que já conta com bons jogadores). Aliás, Leandro Guerreiro é quase um terceiro zagueiro, o que pode oferecer outras opções táticas interessantes ao técnico Cuca. Entretanto, Ortigoza, Geovane, Reis, Naldo e o sempre apagado André Dias chegam para compor um grupo que, para almejar algo maior na Libertadores, necessita de jogadores que cheguem para jogar: um bom lateral direito; um lateral-esquerdo para fazer sombra ao inconstante Diego Renan; e dois atacantes que cheguem e, realmente, disputem a camisa 9 de um time que busca um título de expressão. Pode ser que estes contratados surpreendam e façam um excelente 2011, fazendo gols e conquistando a torcida. Mas será uma enorme surpresa para a própria torcida, algo até então inimaginável. De repente, acreditar em jovens promessas da base como Thiaguinho e Sebá, que se destacaram no Brasileiro sub-20 e na Copa São Paulo de Juniores, pode ser uam boa aposta. Mas esperar que estes contratados, juntamente com Wellington Paulista (que está de saída para o Qtar), resolvam alguma coisa no ataque em uma competição tão disputada é contar demais com um santo que, nem sempre, faz milagres. E olha que o grupo do Cruzeiro na Libertadores é o mais forte e um grande já ficará pelo caminho na primeira fase (Cruzeiro, Estudiantes ou Corínthians - contando que este passará da Pré-Lbertadores).
Já o Atlético-MG possuía um elenco muito badalado, mas que não trouxe resultados em 2010. Muito em função do contestado trabalho realizado por Vanderlei Luxemburgo. A base de bons jogadores foi mantida: o excelente goleiro Renan Ribeiro, o zagueiro da seleção brasileira Réver, o versátil volante Serginho, o bom meia Diego Souza e os atacantes Diego Tardelli e Obina. Outros que pouco jogavam e nada somavam ao grupo já foram ou estão sendo dispensados. Sob este ponto de vista, algumas contratações foram pontuais e tendem a acrescentar muito ao time titular: Leonardo Silva tem tudo para formar com Réver uma excelente dupla de zaga; o volante Richarlyson chega para formar com Serginho uma dupla de volantes consistente e que, principalmente, sabe jogar com a bola nos pés; o meia-atacante Mancine poderá formar uma boa dupla com Diego Souza, melhor jogador do Brasileiro 2009 mas que não mostrou em 2010 todo o seu potencial; e o atacante Jobson que, apesar de polêmico, já mostrou ser um excelente jogador dentro de campo e brigará por uma posição com Diego Tardelli e Obina.
Outros jogadores que vieram, como Magno Alves, Wesley e o goleiro Geovane chegam para compor o elenco. Um excelente banco de reservas que contará ainda com jogadores de bom nível técnico, como Werley, Lima, Ricardinho, Renan Oliveira, Daniel Carvalho, Toró e Zé Luis, podendo ser solução eventual para Dorival Junior, técnico extremamente inteligente, atualizado e diferenciado, mas que sentiu falta de peças de reposição em 2010. Ainda tem alguns moleques da base, como o zagueiro Sidmar e os meias Wendell e Bernard, que merecem uma chance para mostrarem seu futebol. Quanto ao lateral-direito Patrick, pouco tenho a comentar e esperarei os primeiros jogos do ano para tirar conclusões. Lembro pouco de seu futebol e entendo ser uma aposta. Alguns jogadores contratados podem dar opções ao técnico Dorival Junior, já que Mancine atua como ala, meia e atacante; Richarlyson atua como volante e lateral-esquerdo. Assim como o rival, o Atlético necessita olhar com mais atenção para as laterais, posição extremamente importante no futebol moderno e extremamente carente no plantel do clube.
Mas ainda teremos 2 ou 3 semanas para que os times mineiros finalizem a montagem de seus times que, espero, dê muitas alegrias aos seus torcedores!
Parabéns pelo artigo meu caro Chiquinho.
ResponderExcluirUm abraço do amigo.
Juliano Fofão.
Muito bonito este artigo, parabéns de verdade! Mostro os pespectivos times e suas contratações bem rezumidamente!
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